O Instituto Inhotim, mistura de jardim botânico e museu de arte contemporânea, ocupa uma extensa área em cujo espaço as edificações recentes dividem espaço com exemplares mais antigos, resquícios sem valor arquitetônico das fazendas e sítios que foram se tornando parte deste grande parque.
Uma destas antigas moradias simples, localizada no Viveiro, acabou se tornando, provisoriamente, a sede da Diretoria de Parques e Jardins, e junto dela outros anexos foram sendo erguidos ao longo do tempo para suprir demandas urgentes de espaço.
Projeto arquitetônico da Sede Administrativa do Meio Ambiente em Inhotim
Com a necessidade latente de aumento das áreas de trabalho e de ambientes de apoio às duas diretorias, e devido à baixa qualidade espacial e arquitetônica dos espaços então ocupados, optou-se por erigir uma nova sede em substituição àquelas. Porém, enquanto a nova edificação não estivesse pronta para ocupação, as anteriores não poderiam ser demolidas. Este foi o ponto de partida do projeto: utilizar o mesmo terreno já ocupado por 04 outras edificações, viabilizando a continuidade das atividades das diretorias até o final das obras. E o terreno, além de edificado, ainda é densamente arborizado, apresentando espécies de grande porte já consolidadas ao local.
Soma-se a estas questões o programa de necessidades fornecido pelo cliente: refeitório de funcionários com capacidade para 70 pessoas, lanchonete para visitantes e funcionários, sala de aula para treinamento com capacidade para 30 alunos, sala de reunião compartilhada para as diretorias, e área administrativa para 60 postos de trabalho. Com este extenso programa, outro obstáculo surgiu: a interferência desta edificação na paisagem.
O projeto Arquitetônico
Optou-se por uma edificação em apenas 01 pavimento, e que se esparramasse pelo terreno, desviando de árvores e possibilitando a construção em etapas, de forma a permitir a transferência das atividades com o mínimo de transtorno. Como o terreno apresenta um desnível de 08 metros entre seus pontos opostos, foi possível inserir a edificação sem obstruir a visada do horizonte: a partir da rua de acesso principal o que se vê é a sinuosa cobertura verde que passa por todo o conjunto edificado.
Os ambientes foram distribuídos tendo sempre em mente a construção em etapas. O bloco inicial que comporta refeitório, lanchonete e ambientes de apoio seria o primeiro, e a construção deste não implicaria em nenhuma demolição.
A segunda etapa ocorre após a demolição dos pequenos galpões de refeitório e depósito anteriormente existentes e, em seu lugar, a construção do corpo principal do bloco administrativo e seus ambientes de apoio (instalações sanitárias e copa). Após esta etapa concluída, se torna possível a transferência das atividades desenvolvidas nas duas outras edificações restantes e a posterior demolição destas.
A terceira etapa construtiva contempla o bloco de sala de reunião e sala de aula, e o elemento que corta o bloco administrativo e amplia o número de postos de trabalho. Este último volume teve sua posição orientada de forma a permitir a manutenção de duas grandes árvores que existem na lateral do conjunto.
Em toda a edificação prevaleceu a busca por eficiência energética por meio de recuos nos planos de esquadrias, proteção com brises verticais e venezianas, janelas generosas que se abrem do piso ao teto. Estas estratégias possibilitam a circulação do ar, a minimização de incidência solar direta e a abundância de luminosidade natural.
DADOS DO PROJETO
- LOCAL: Inhotim | Brumadinho | MG
- ÁREA CONSTRUÍDA: 1.500,00 m²
- DATA DO PROJETO: 2012
FICHA TÉCNICA
- AUTORES: Pedro Doyle Cesar, Alessandra Guimarães Carvalho
- COLABORADORES: André de Almeida Resende, Luisa Soares da Cunha Guimarães, Rafael Gomes Duarte, Estevam Quintino Gomes Junior
- CONSULTORES: Pedro Nehring (paisagismo)
